sábado, 1 de junho de 2019

A HISTORIA DE CARMINHA

Conto de Dom Muller
O Bairro Assunção na zona sul de Porto Alegre, aí pelos idos dos anos 70, tinha um bar na orla de Ipanema chamado Cabaninha dos Santos. Pra lá iam os boêmios e os amantes que invadiam as madrugadas. Muita festa, muita música lenta, muitos amores construídos e desconstruídos. 
O Araújo, 45 anos, bem colocado na vida, estava só e afundado numa mesa, pensando em entrar no Guaíba e acabar com a vida. A desgraça caiu de repente sobre o cara ao descobrir que a bela e amada esposa se enroscava em outras camas com rapazes mais jovens. O Araújo, quando soube, só teve coragem de fazer suas malas, beijar as crianças e abandonar o lar que não era mais doce.

Carminha, uma graciosa baixinha de 18 anos, conseguiu seu primeiro emprego numa loja de departamentos em Porto Alegre. De família pobre, pensava em ajudar no sustento da família que vivia em casa alugada na periferia da cidade.

E lá, naquela loja na Alberto Bins, Carminha, desde cedo, fez sucesso pela sua desenvoltura entre os balcões.

Era um prédio enorme de cinco andares e havia muitos gerentes. Pra quem não sabe, gerentes de lojas eram, são e serão grandes experts na arte de devorar seus recursos humanos, claro, se estes recursos usarem saias. E a Carminha, como esses diziam, era o novo galetinho a ser degustado.

Não havia nenhum deles que, quando a menina passava com seu doce requebrado, que não “secasse” aquela bundinha. Lourinha de cabelos crespos, carinha infantil, sempre com uma calça jeans colada, que, sinceramente, não se sabia como havia entrado naquele corpinho. Apesar de fresquinha, ela não tinha muita experiência nos traquejos da cama.

Carminha, passado algum tempo e já familiarizada com o ambiente, ficou amiga demais da deliciosa Verinha do Crediário. Verinha, 20 anos, predadora experiente, não dava muita bola para planos de fidelidade. Não podia ver homem dando encima que logo ela queria dar embaixo. E habitualmente dava suas escapadas com algum gerente, durante o intervalo do meio-dia às duas horas.

A Carminha, como sendo de confiança da Verinha, foi sabendo dos detalhes picantes dos casos da amiga com aquela turma. E a narrativa do que ela fazia e do jeito que cada um gostava de fazer, foi deixando a Carminha com coceira aonde não devia...

Verinha já tinha se refestelado com quase todo mundo naquela loja. Dito quase porque um deles ainda não havia estado entre as pernas da insaciável moreninha.

O Dr. Araújo, 45 anos, o cara triste que dirigia a empresa, não só não havia comido a Verinha como também não tinha comido ninguém daquela loja. Convicto, ele era, até uma semana atrás, completamente fiel à esposa Débora, mas a Débora tinha, desde cedo no casamento, o pedigree de vadia, virtude essa que ele acabou descobrindo. Coisa essa que todos na loja sabiam.
A Carminha, ao saber disso pela Verinha, logo se apiedou do Dr. Araújo, pois achava a traição um pecado que não se perdoa.

E quanto mais a Verinha falava das suas trepadas, mais a Carminha ficava assanhada e mais coceira tinha no belo rabinho. E foi sentindo esta coceira no rabo que a mente dela também se coçou. Afinal, se ela queria dar para alguém naquela empresa, porque não dar para o cara que não tinha comido ninguém? E vai que ela fosse a mais boazinha possível e o cara gostasse?  Eram possibilidades e a Carminha então se perguntou: - Porque não?

As festas de fim de ano se aproximavam e então houve uma comemoração só para os funcionários. Tradicionalmente faziam a festa numa chácara de propriedade do Dr. Araújo, lá para os lados de Belém Velho.

Um bom churrasco entre cervejas geladas e muita alegria. A Carminha bebeu o que podia e parou só para rever o seu plano.

Eram umas onze da noite, a turma cantando e bebendo e o Araújo, meio entocado num canto sob uma árvore, é percebido pela Carminha. Ela examina atentamente o ambiente e sai à francesa com destino à figueira. O Dr. Araújo a vê chegando mansamente como se fosse uma gata se esgueirando para a caça... Ali de pé e encostados no tronco, sem mais nem menos, ela fita o Araújo dizendo com os olhos que queria abrir suas pernas pra ele.
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Dois anos depois, a Carminha, vestida divinamente de branco, diz sim novamente ao Araújo, aos pés do altar da capelinha da chácara.

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